Por instantes,
longos períodos eu acreditei que não tinha nada haver, mas dói saber que na
verdade, eu estava enganado. Errei tantas vezes e nunca me preocupei em buscar
acertar, porque sempre vi a vida como uma louca gostosa aventura. Quebrava a
cara, mas me divertia por ter sempre uma chance de rir dos erros e acertos.
Outras vezes eu
errava por querer acertar, ou errava querendo ser perfeito ou certinho, o
sábio, o líder, o invencível. O problema, que este era o eu-social, ou seja,
como eu me transportava para as pessoas. Porém, o eu-reflexo não era bem assim.
O eu-reflexo era o
que sofria quando entrava dentro do meu quarto. O que desejava a morte por não
ter coragem para viver e enfrentar a vida.
Neste período, perdi
pessoas muito importantes em minha vida, pois quis Deus que o ciclo da vida
delas fossem curtas, ou tempo suficiente para deixar saudades.
Mas também, ganhei
muito em ter perdido pessoas outras. Umas deixaram saudades, outras dor.
Foi quando a vida
deu uma reviravolta em tudo se falando. Os sonhos mudaram, os planos foram
trocados, os alvos mudaram. Uma foi você. A mais importante descoberta.
Paro para pensar em
tudo que aconteceu comigo e com você nos últimos dois ou três anos. Situações
diferentes, mas bem próximas ao mesmo tempo. Perdemos a confiança que algumas
pessoas tinham em nós; fomos expostos ao ridículo; humilhados e perdemos alguns
sonhos. Na igreja, no lar e com os amigos, fomos expostos à situações de
humilhados e envergonhados.
Foi ai então que
houve o encontro entre nós dois, não de dois corpos juntos. Mas de almas.
Tornando-se amigos. Mas uma coisa me chamava a atenção... Você foi traída e
perdoou. Você sofreu um sentimento, mas ainda estava disposta a correr riscos.
Porque achava que isto poderia ser amor.
Todavia, ainda
assim, te pedi em namoro e, para minha surpresa, você aceitaria.
Recordo-me o inicio
de tudo. Por telefone ou internet, estávamos conectados. Você demonstrava uma
atenção sobrenatural. Que eu queria e precisava. Brincávamos e brigávamos
(algumas vezes), mas nunca ofendemos um ao outro.
Sabíamos do riso,
dos problemas, das dificuldades, mas íamos adiante. Assim, o amor, carinho e
afeto era cada vez mais forte.
Quando então os
corpos se encontraram, houve ate um clima tenso: “será que ela vai mesmo querer
ficar comigo”, mas depois um passo adiante e vencemos a dúvida que por acaso
sentíamos.
Ai, houve umas
pedras pelo caminho que por pouco a gente não terminava. Então penso, se
houvesse terminado, o que aconteceria conosco? Pergunta sem resposta.
Superamos e
decidimos nos casar.
As brigas e
discussões continuaram (normal), mas as desculpas já não haviam com freqüência.
A gente ate se ofende quando na verdade o outro que é ofendido e por orgulho,
ou não se sentir inferior ou fraco, não pedimos perdão.
Você fala que o que
te chama a atenção em mim são os meus carinhos e afetos, mas em vezes, você os
rejeita. Queria te abraçar mais, acariciar teu corpo, mexer em teus cabelos,
olhar para você, mas as vezes, estas atitudes também te incomodam.
Queria ouvir mais
vezes “eu te amo” assim, do nada, de repente, sem querer querendo “eu te amo”.
Acho uma frase tão bonita, ainda mais quando sai do coração. Ate nas brigas, de
repente, te amo...
Queria te abraçar,
mas queria ser abraçado também, da mesma forma do “eu te amo”, que o abraço
fosse inesperado e espontâneo.
Queria beijar.
Muito. Na rua, na praça, em casa, no carro, no almoço, ao acordar (com bafo ou
não)
Queria ser
surpreendido de alguma forma. Desde um te amo, um beijo, um abraço, uma
declaração, um sorriso, sair correndo ao meu encontro quando me visse chegar,
ou ate mesmo uma canção, ou a comida preferida. Sentar juntinhos, abraçadinhos,
andar de abraçados ou de mãos dadas, mas não em pleno silêncio, de bico, e um
no sul e outro no norte.
Queria que minhas
opiniões e sugestões fossem aceitas, mas não por obrigação, mas apenas por
achar que se deve, que se pode. Queria ser parte da responsabilidade contada na
Bíblia. O homem é o chefe do lar, o sacerdote da família, o líder da casa. Com
meus direitos, deveres e obrigações;
Não queria ouvir,
“ah, ta, faz o que você quiser”, mas, “tudo bem, tem razão. Não tem problema
não. Concordo com você”
E por fim, eu queria
que: “então você se responsabilizará. O problema é teu...” mas, “houvesse algo
como: “nosso. Vamos juntos. Tomaremos decisões juntos. Nossa responsabilidade.
Nosso cuidado.”
Afinal, deixará o
homem e a mulher a sua casa (pai e mãe) e serão uma só carne...