terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Relacionamentos Eros (Homem e Mulher) Parte 3


Já observou o quanto deixamos de lado os nossos sonhos? Por vezes por causas nobres; por outras, por questões que, bem, poderiam ser postergadas em prol dos nossos objetivos. A questão é: quando haverá tempo para que possamos verdadeiramente existir – dentro ou fora da relação? Porque nos permitimos encolher, emburrecer, deixar de ser? Estou falando de um assunto básico – da razão fundamental – de estarmos aqui. Do ser, do existir, do acontecer. E, se o tempo passa, com ele passa também a vida e tudo o que fazemos ou não fazemos. Até mesmo a mistura que criamos quando incorporamos o que não é nosso, deixamos de estar presentes... (e isso pode ser tudo ou nada) aquele mau humor que não nos pertence; aquela tristeza que não é nossa; aquela vontade de morrer que não compartilhamos etc.

E tem mais: se nos comportamos dessa maneira na relação amorosa, deixamo-nos também contaminar nas relações familiares, naquele grupo de amigos, organização, clube, de qualquer segmento que nos destaca do todo.
E então vamos passar a viver só! Não vamos mais participar de qualquer grupo social, profissional ou familiar? Não! A questão, lembre-se: é como continuar a existir dentro ou fora da relação?

CONJUNTO: somos especiais enquanto pertencemos. E nesse sentido, contribuímos para que o outro, tenha alma, visão, missão. Tenha um motivo de existência, participamos de construção de diferentes sonhos e isso também nos faz melhor.
Ajudamos nossos companheiros, amigos e familiares a construir seus sonhos. Interferimos na construção da sua missão do significado de sua existência. Viabilizamos a visão, ou seja, tudo o que é possível. Absorvemos seus valores, ou melhor, nos identificamos ou até mesmo nos associamos a estes e dessa forma, tocamos nosso dia a dia.

NO CENTRO DOS SONHOS: às vezes mais perto, às vezes milhas e milhas distantes do centro. E, se é assim com todos, porque para alguns é mais fácil manter-se no eixo, na essência, no ser? Porque alguns respondem melhor a questão acima?
Realmente, acredito que não seja fácil para ninguém manter-se no centro, em si mesmo, no sonho. Os atalhos estão aí e, sem perceber, escolhemos um ao outro ao longo da vida. E estes, com certeza, nos tiram do foco. E não só os atalhos nos distraem – nos deparamos com situações todo o tempo, com algo que gostamos muito; ou que não gostamos.
Como Alice no país das maravilhas, ora tomamos uma ou outra direção. Nos esquivamos, paralisamos ou vamos em frente. E sem perceber ou compreender bem, deixamos de saber para onde estamos indo. Onde de fato queremos chegar. O que queremos ser. Qual era mesmo o sonho?
Então, para quem não sabe onde está; para onde vai ou aonde quer chegar, o problema é: não há qualquer possibilidade de reencontrar-se, a não ser com forte trabalho de autoconhecimento, meditação, autotransformação. Tudo o que nos remete para dentro, para o que conta, para o que viemos. Escolhas, sempre escolhas!!!

DOIS LADOS: Tudo na vida tem uma resposta, ficam aqui duas possibilidades. Duas oportunidades para encarar a situação. Primeiro, você pode enterrar-se na relação por tempo indeterminado, e então, a médio e longo prazo, você perde a referencia do que é liberdade, do que é ser, do que é viver a vida, o sonho, o tudo. E vai se esquecer do que é amar ou ser amado.
Assim, a relação começa a degringolar. O outro perde a sua cor, seu cheiro, seu olhar, seu desejo e vai aos poucos desbotando e a relação não resiste à tamanha anulação de um lado e de outro. Ambos se perdem. Ambos desistem. Tudo acaba!
Por outro lado, você pode fazer com que essa chama se estenda. Pode se manter integro, inteiro. Pode-se viver e deixar viver. Ser parte da relação ao mesmo tempo em que o mantém vivo e atuante em todos os seus outros papeis. Ou seja: vai ser parceiro, amante, irmão, amigo, profissional, colega, etc.

ESPAÇO: encontrar ao longo do dia espaço e tempo para cada um dos pedaços da vida. Para cada uma das situações que nos faz completos. A relação tende a ser mais leve. O outro – mantendo-se na
mesma sintonia – estimula a troca, o crescimento mutuo, o desenvolvimento, o confronto no que este tem de mais positivo: autoconhecimento, limites e o que querem e não querem.
Como você pode ver, o desfecho é mesmo diferente. E, posso lhe assegurar que essa é mesmo uma escolha que fazem dia-a-dia. Ela vem vestida de decisões e mais decisões que tomamos ao longo da nossa vida e, que nos faz mais desapegados e ao mesmo tempo, mais preparados para viver relacionamentos.
Quando emocionalmente não estamos preparados, parece mesmo que temos de trazer o outro a reboque, aprisionado, como se fosse um pedaço de nós... o pedaço da laranja sem o qual não somos nada. E isso é uma grande bobagem. A relação saudável pede mesmo duas laranjas inteiras e sadias. Nada de pedaços, nada de pobreza de espírito, nada do que limita a vida, apaga o sorriso, desmancha o relacionamento.
Estar saudável, por isso, demanda estar liberto. Amar-se. Amar o outro. Ser e estar. Assim é a vida. Um caminho completo de aprendizagem e transformação. É preciso, no entanto, caminhar com os pés no chão, os olhos abertos, a mente sã, o coração aberto.

2 comentários:

  1. vou mostrar isto para o meu marido... Ele está precisando ler isto

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  2. Quando meu marido ler ele vai dizer, são palavras apenas... e eu vou dizer: 'ta vendo, alguém pensa como eu!

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